UPA de Monte Gordo
A partir de denúncias que apontaram irregularidades no funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Monte Gordo, distrito do município de Camaçari, a fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) constatou, no dia 4 de julho, que o local não tem diretor técnico atuando na supervisão da atividade, não possui inscrição junto ao Conselho e apresenta estruturas físicas precárias, dentre outras não conformidades. Diante da confirmação das denúncias, o Cremeb notificou a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Camaçari, que é a gestora da unidade. Agora, a pasta tem até 30 dias para sanar os problemas constatados pela visita técnica do Conselho, contados a partir da data da fiscalização.
Além dos problemas listados acima, a UPA de Monte de Gordo funciona com apenas dois médicos plantonistas para os três turnos diários, gerando sobrecarga nos profissionais em seus respectivos plantões; não disponibiliza de identificação para os médicos; e lá faltam itens básicos para o pleno funcionamento, como toalhas de papel e poltronas suficientes no consultório de clínica médica. Por não possuir aparelho de raio-x, nem de ultrassonografia, os pacientes do distrito precisam percorrer entre 21 e 40 quilômetros para buscar esses serviços em Arembepe ou no bairro Gleba A, respectivamente.
O repouso médico estava sem roupas de cama, roupas de banho, chuveiro e sanitário durante a fiscalização; os psicotrópicos em armários sem chave; faltavam medicamentos; não possuía rede de gases; os sanitários não tinham adaptações para portadores de necessidades especiais; e não estavam funcionando diversas das comissões obrigatórias, como a de Revisão de Prontuários e a de Revisão de Óbitos.
Todas essas irregularidades também foram apontadas pelo Cremeb na notificação enviada para a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Camaçari, para que as devidas soluções sejam adotadas. “Estamos buscando que os responsáveis cumpram com suas obrigações previstas em lei, pois a quantidade de irregularidades encontradas numa só unidade é enorme, quanto mais numa UPA, que muitas vezes é responsável pelo primeiro atendimento ao cidadão. Não podemos admitir que ainda exista unidade de saúde atuando sem registro no Conselho, sem diretor técnico e expondo o trabalho médico e a população a situações absurdas”, comenta o presidente do Cremeb, Dr. Otávio Marambaia.