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ATENÇÃO: situação da malária na Bahia é considerada de alerta

10 de outubro de 2017

A situação da malária na Bahia é considerada de alerta, diante do fluxo constante de indivíduos doentes ou infectados, procedentes de áreas endêmicas: Região Amazônica ou de outros países, principalmente do Continente Africano. Diante disso, para evitar ocorrência de casos autóctones, mesmo o estado não se incluindo entre as áreas endêmicas do Brasil, é necessário manter o atual controle efetivo, através da vigilância epidemiológica ativa, rigorosa e, progressivamente, integrada com a atenção básica.

Entre 2007 a 2016, foram notificados 488 casos suspeitos de malária no estado, dos quais foram confirmados 185 registros, com média anual de 18,5 casos, com ocorrência de um (1) óbito em 2014 e outro em 2016. Nesse período, destaca-se a proporção de notificações em três dos municípios pólos turísticos da Bahia: Salvador (28,6%), Porto Seguro (2,7%) e Ilhéus (0,5%).

Figura 1 - Série histórica dos casos notificados de malária, por ano de notificação. Bahia, 2007 - 2016. Fonte: SINAN/DIVEP DBF 12/09/20172016.

Figura 1 – Série histórica dos casos notificados de malária, por ano de notificação. Bahia, 2007 – 2016. Fonte: SINAN/DIVEP DBF 12/09/20172016.

 

Entre 2015 e 2016 observa-se um incremento de 20,45% no número de casos de malária no estado da Bahia (Figura1). Isso acontece provavelmente pelo aumento no número das notificações de casos suspeitos, em decorrência da maior exposição da população à malária (entre os viajantes), sensibilização dos profissionais da saúde para notificação em 24 horas e realização das lâminas de verificação de cura (LVC) pois, para cada LVC realizada uma ficha de notificação deve ser preenchida, sem configurar duplicidade.

Em 2017 (entre janeiro e setembro), na Bahia, foram notificados 16 casos de malária, sendo confirmados 02 casos importados da Região Amazônica, 05 de países africanos, 01 das Filipinas e 01 indeterminado. Portanto, 22,2% foram importados da Amazônia Legal e 55,5% de procedentes de cidades endêmicas do Continente Africano (Figura 2).

 

Figura 2 – Distribuição de casos de malária por espécie parasitária e local de infecção. Bahia, 2017. Fonte: SINAN/DIVEP DBF 12/09/2017

 

O município de Salvador concentrou a totalidade dos casos (8) notificados em 2017 (Figura 3).

Dos 16 casos importados de malária, notificados na Bahia em 2017, até setembro, 9 (56,25%) foram confirmados pelo exame de gota espessa, 4 (25%) foram descartados e 5 (31,25%) ainda estão sob investigação.

Os municípios que confirmaram casos de malária, foram: Salvador (4), seguido por Lauro de Freitas (1), Feira de Santana (1), Paulo Afonso (1*) e Vitória da Conquista (2).

*Caso notificado pela vigilância epidemiológica do município de Recife/PE

 

Figura 3 – Distribuição dos casos notificados de malária, por município de residência. Bahia, 2017.

 

Quanto à espécie do parasito, em 2017, o P.vivax causador da forma clínica mais branda da doença correspondeu a 44,4% dos casos; e o P. falciparum, do qual decorre a maioria dos casos de malária grave, correspondeu a 55,5% dos casos. Em que pese o Estado da Bahia ter apresentado as últimas confirmações de casos autóctones em 2010 (Porto Seguro, 2 casos notificados) apresenta alto risco de transmissão autóctone devido à densidade vetorial elevada e dispersão dos potenciais vetores da malária em 397 (95,2%) municípios, que são considerados vulneráveis.

O diagnóstico laboratorial da malária é realizado pelo exame microscópico da gota espessa de sangue, considerado padrão ouro para confirmar os casos de malária. Ele identifica a(s) espécie(s), quantifica a parasitemia (cruzes e mm3) e apresenta vantagens em relação a outros exames.

Quanto à densidade parasitária (parasitemia), 44,4% (4+) dos casos apresentaram malária moderada (2+), 11,1% (2) apresentaram malária grave (+++/IV+) e a parasitemia foi baixa em 11,1% (1+) e 22,2% (1/2+).

Vale ressaltar que os Testes Rápidos (TDRs) não substituem e não dispensam o diagnóstico da malária pelo exame da gota espessa.

Os municípios com maiores incidências, até setembro de 2017, foram: Maracás/NRS Sudoeste (8,6/100.000hab), Pé de Serra/NRS Centro-Leste (7,0/100.000hab) e Itabela/NRS Extremo-Sul (3,2/100.000hab) (Figura 4).

Figura 4 – Coeficiente de incidência (por 100.000hab) dos casos notificados de malária por município de residência. Bahia, 2017*. Fonte: SINAN/DIVEP DBF 19/09/2017 (*dados de janeiro a setembro/17, podendo sofrer alterações).

 

Iniciado o tratamento, ressalta-se ainda, a obrigatoriedade de realização e envio das lâminas de verificação de cura (LVC) e uma amostra de sangue (2 ml) com anticoagulante, ao Laboratório Central do Estado da Bahia (LACEN), a fim de garantir a oportunidade das ações de prevenção e controle, evitando o surgimento de casos autóctones, bem como o monitoramento dos contatos.

Realizar a LVC a contar do 1º dia do início do tratamento:

• P.falciparum: nos dias 3,7,14,21,28 e 40;

• P. vivax: nos dias 3,7,14,21,28,40 e 60.

 

Para cada lâmina de verificação de cura, abrir uma nova ficha do SINAN com novo número. Não configura duplicidade porque a data do exame e o resultado são diferentes dos anteriores.

Quanto aos encerramentos, dos 16 casos notificados, 11 (68,75%) foram encerrados no SINAN, 05 (31,25%) estão em investigação. Até o momento,11 casos foram encerrados oportunamente (até 60 dias) e 05 ainda estão sem encerramento. O diagnóstico imediato e preciso é o primeiro elemento básico de estratégia para o controle da malá-
ria, contribuindo para não ocorrência de casos autóctones, óbitos e a interrupção da cadeia de transmissão.

Como não é possível a eliminação dos Anopheles do Estado, existe a possibilidade de ocorrer reintrodução da doença quando casos suspeitos de malária não são diagnosticados rapidamente, com a identificação correta das espécie de Plasmodium e instituição do tratamento e das medidas de controle de forma adequada e oportuna.

Fique atento: FEBRE PODE SER MALÁRIA

Fonte: Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB)

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