Médicos Residentes entram em greve por valorização
9 de dezembro de 2015
A Comissão Provisória de reestruturação da Associação Baiana de Médicos Residentes (ABMR) anuncia paralisação do atendimento por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (09/12). A greve integra um movimento nacional, organizado pela Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR). A categoria reivindica por valorização e maior representatividade, bem como pela qualidade do ensino médico especializado.
Os representantes do Movimento ressaltam que a mobilização é uma iniciativa dos residentes ligados ao Programa de Residência Médica do Ministério da Educação (MEC). Ainda de acordo com eles, 30% do quadro de residentes, estará trabalhando em atendimentos de Urgência, Emergência e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), isso vale para as redes pública e privada. Os demais serviços estarão suspensos até segunda ordem. A paralisação não impacta no expediente dos médicos efetivos, que deve permanecer regular.
Com a restrição dos atendimentos, a Comissão pretende dar celeridade ao processo de análise das pautas reivindicadas, além de sensibilizar a população à causa. A greve foi definida em reunião dos representantes estaduais das Associações de Residentes e compõe o calendário de negociações da categoria. A interrupção dos serviços em todo país iniciou-se no último dia 08 de dezembro, exceto à Bahia, onde houve adiamento para o dia seguinte (09), em decorrência de um feriado local.
De acordo com os representantes baianos, o Programa de Residência necessita de atenção. Eles acreditam que o Projeto é afetado por problemas recorrentes, como o inadequado sistema de avaliação do ensino médico, as condições precárias das unidades de saúde e a desvalorização dos profissionais, que impactam diretamente na formação dos novos médicos especialistas. “Comprometendo o aprendizado, compromete-se a assistência médica e isso se refletirá no futuro. É um problema da classe e, também, da sociedade”, lamenta um dos membros da Comissão Estadual.
Integram a pauta do Movimento, cinco questões: Maior representatividade na Comissão Nacional de Residência Médica e Extinção da Câmara Recursal; Avaliação mais criteriosa sobre o ensino médico especializado; Levantamento de dados sobre a movimentação financeira do Programa; Correção inflacionária da Bolsa de Residência Médica; e Garantia de que o tempo paralisado não afetará o fim dos Programas de Residência.
No intuito de reforçar o Movimento, os residentes estão buscando apoio das Entidades de Classe ligadas a área médica. Na Bahia, a iniciativa é apoiada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremeb), que, além de se solidarizar, tem prestado orientação jurídica, e, também, pelo Sindicato dos Médicos (Sindmed). “Queremos o apoio e a consultoria das Entidades [de classe] para fazer o Movimento da forma correta e ética”, enfatiza um dos organizadores do levante.
Ato Público marca início da greve
Marcando o início da paralisação, houve uma mobilização em frente ao Hospital das Clínicas de Salvador, às 08h da manhã desta quarta-feira (09/12). O ato contou com a organização e participação de médicos residentes ligados ao Programa de Residência do MEC e teve como intuito chamar a atenção da sociedade para a causa. O Hospital das Clínicas, local escolhido, atende as demandas acadêmicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), sendo um pólo referencial de Residência no Estado.